Ontem vinha a descer o Chiado com o meu filho Gabriel e atrás de nós vinham dois amigos a lamentar em alto e bom som, a seca que era o Natal mais a chatice de ter que comprar os “dolorosos” presentes e ainda por cima ter que levar com a família.
Nisto olho para o lado e vejo o Gabriel a fechar os olhos e em voz baixa e virada para a sua interioridade murmura: “...que tristeza!” …
Sinto no seu peito a desilusão de ter de conviver num mundo de adultos, agora que tem 20 anos, em que o Natal é uma farsa para a maioria das pessoas, os presentes não são oferecidos e escolhidos segundo a voz do coração e o prazer de oferecer, mas sim por obrigação, por hipocrisia e conveniência.
A consoada e as vésperas do Natal muitas vezes são palco das mais dolorosas rixas familiares: cobranças, comparações, desilusões, confrontos etc.