Solstício de Inverno – festival da luz

Yule é a celebração do início do inverno. No hemisfério Sul comemora-se no dia 21 de Junho e no hemisfério Norte no dia 21 de Dezembro.

É a época do festival da luz, tempo de honrar a Deusa no seu aspecto de Deusa-Mãe, aquela que irá parir o Deus Sol, a Criança prometida.

Simbolicamente esperamos o Cristo, o Messias aquele que traz a esperança de dias melhores, menos frios ou cinzentos, aquele que traz estrelas nas mãos e planta o sol nos corações de quem atravessa o seu caminho.

Yule pede esta energia para o universo, pede que cada um de nós seja um condutor da luz divina, que ajudemos de uma forma alquímica a reciclar energias passadas, pede uma
renovação profunda a partir do nosso centro, pede amadurecimento para que consigamos lidar com a limitação do gelo dos dias bem como com as nossas águas antigas, devemos procurar energia nas nossas raízes profundas, é fácil deprimirmo-nos durante a estação das chuvas a descida ao fundo de nós mesmos nem sempre é feita de forma pacifica, por isso ser tão necessário honrarmos os rituais que nos deixaram os antigos, através da prática ritual entramos em contacto com as verdades universais e os misteriosos movimentos da mãe terra, compreendemos o poder da espiral cósmica que se expressa nas estações da roda do ano bem como na nossa vida.Tudo o que nasce, morre e tudo o que morre transforma-se num novo inicio.

Os Celtas celebravam esta época com vários rituais comunitários, um ritual muito antigo e muito bonito consistia em levar bênçãos de porta em porta através da construção de pequenas bonecas de milho as chamadas: “  Corn Dollies”, que eram passeadas em procissão pela casa das pessoas da comunidade ao mesmo tempo que eram entoados cânticos sagrados.

Nesta época também era tradição colher visco, considerado muito mágico pelos Antigos Druidas, que lhe chamavam de “Ramo Dourado”. Os druidas acreditavam que o visco possuía grandes poderes de cura e que fazia a ponte entre mundos.

O pinheiro sempre esteve associado à Deusa. As luzes e os ornamentos, como o sol, a lua e as estrelas que faziam parte da decoração das árvores, representavam os espíritos que eram lembrados no final de cada ano.

A tradição da Tora de Yule, cosiste em fazer três buracos num tronco e colocar uma vela em cada buraco, uma branca, uma vermelha e uma preta, estas três velas simbolizam a Deusa Tríplice. a Tora de Yule também é decorada com azevinho que simboliza a união entre a Deusa e o Deus.

Para os Celtas, celebrar o Solstício de Inverno era o mesmo que reafirmar a continuação da vida, pois Yule é o tempo de celebrar o espírito da Terra, pedindo coragem para enfrentar os obstáculos e dificuldades que atravessaremos até a chegada da Primavera.

O tema principal do Sabbat é a luz em todas as suas manifestações, seja simplesmente através do fogo da lareira, de uma fogueira, de velas, ou até á construção de um espiral de fogo que representa a eterna ciclicidade e renovação da vida.

Rute Alegria

CORRESPONDÊNCIAS DE YULE

• Cores – vermelho, verde, dourado e branco
• Ervas – alecrim, hibisco, cedro, louro.
• Pedras – Rubi, granada, olho de gato.

ATIVIDADES

• Cantar com a família;
• Decorar a árvore de Yule;
• Tocar sinos para homenagear os espiritos da natureza;
• Colocar grinaldas à porta de casa;
• Espalhar hibisco pela casa;
• Colher folhas verdes e queimá-las no Imbolc;
• Fazer uma boneca de milho;
• Fazer a Tora de Yule.

COMIDAS E BEBIDAS

• bolos de fruta;
• nozes;
• pães;
• vinho quente com especiarias; 
• vinho tinto normal;
• maçãs;
• doce de abóbora.