domingo, 4 de novembro de 2018

Será que vives um relacionamento de amor, paixão ou amizade?


Jaz no inconsciente coletivo do feminino, os arquétipos: do príncipe encantado, o herói ou o Deus salvador.
Um rapaz bem parecido, alto e espadaúdo, que virá montado no seu cavalo branco e nos salvará dos nossos conflitos psíquicos para sempre.
Desde crianças que ouvimos histórias que nos levam a acreditar, que existe por aí uma alma perfeita para nós.
Aquele que será a metade da nossa laranja, alguém que nos irá aceitar exatamente como somos, que nos irá venerar como a uma Deusa, para sempre, realizando todos os nossos caprichos e vontades, até que a morte nos separe…

  Quando nos apaixonamos por alguém estas crenças são ativadas e temos a sensação de que encontrámos de fato o nosso salvador, aquele que nos oferecerá a felicidade só pelo simples fato de existir na nossa vida. 
Este estado de paixão na maior parte das vezes é ilusório, porque nos empurra para uma “queda” emocional em direção a sentimentos muito intensos e antagónicos. 
Por um lado, uma sensação de bem-estar e encantamento, o objeto da paixão dá ao apaixonado a sensação de que descobriu um tesouro. 
Por outro lado, a projeção exagerada, cria um conflito interno que o atira para um medo aterrador de perder o seu “amor”. 
Quem já foi “perfurado” pela seta do Cupido, sabe que a paixão pode trazer insónia, inquietação, falta de apetite, pensamentos obsessivos e até ataques de pânico, principalmente em casos em que o sentimento não é correspondido.
No caso dos casais que se apaixonam loucamente e decidem partilhar uma vida em comum, o tempo e a rotina trazem uma sensação de segurança que é fatal para a Paixão.
Com o passar do tempo o “Deus” ou a “Deusa” idealizados, caem consideravelmente do seu pedestal e ganham o estatuto de Pessoa com defeitos e qualidades.
Para alguns casais, o tempo é até capaz, da maior das metamorfoses. Transformando o ser idolatrado numa Besta, sem solução!

Para outros o medo de perder a pessoa desaparece ou diminui, mas o Amor não.

É nesta fase que muitas pessoas questionam, o relacionamento.

O Amor é uma fase em que o relacionamento se torna mais calmo, traz paz, serenidade, aconchego e segurança.

A sensação é de que estamos bem enraizados, temos espaço para nos dedicarmos a projetos a longo prazo e para recebermos o outro com as suas virtudes e defeitos.
Muitas mulheres em consulta confessam-me que temem que o amor tenha acabado, pois sentem o relacionamento morno.
As flores do início do relacionamento vão desaparecendo aos poucos, os elogios diminuem, e as sensações de adrenalina experienciadas no tempo da paixão vão desaparecendo lentamente.
Então poderemos perguntar o que difere o Amor da paixão e a amizade do amor passional?

Quando um relacionamento se transforma em Amor, ele terá que preencher as seguintes caraterísticas: 
  • Uma sensação de aconchego e de paz profunda 
  • Sensação de Segurança 
  • Sentimento de admiração pelo outro 
  • Sentimento de amizade profunda 
  • Afinidade intelectual 
  • ( muito importante:): DESEJO SEXUAL 
Se o relacionamento preencher todos os itens sem o ultimo: desejo sexual, quer dizer que o relacionamento é de Amor fraterno, muitos relacionamentos mantém-se durante anos, neste patamar da amizade, se isto acontecer as pessoas vivem uma sensação de incompletude, sentindo-se impotentes para dar o passo da cisão do relacionamento.
Ao se sentirem muito ligadas emocionalmente, bem como a toda a estrutura de vida que criaram em conjunto não conseguem arranjar argumentos para terminar a relação.
Esta situação abre muitas vezes espaço, para que uma das pessoas do casal se apaixone por uma terceira, levando invariavelmente a situações de traição, mentira, e sentimento de culpa.
Quando um casal eleva a energia da relação para o patamar do amor, deve entender que não encontrarão mais aventura na relação, mas sim no que fizerem com a relação.
Isto é importante especialmente para os casais com naturezas de fogo, pessoas impetuosas e com necessidade de mudança e movimento, para estes amantes partilhar momentos de adrenalina, como viajar para sítios exóticos, fazer corridas na natureza, subir montanhas, conhecer novas pessoas, fazer amor em locais improváveis, ir dançar em conjunto, etc, são movimentos importantes para a manutenção da saúde da relação.

Sexo vs Amor
A sexualidade de um casal que passou para o patamar do Amor, tende a ser menos intensa e urgente do que na fase inicial do namoro.
O entusiasmo inicial tende a diminuir mas a intimidade vai ganhando espaço.
O casal tende a relaxar mais, já conhece bem as vontades e o corpo do outro, e a preocupação em satisfazer e agradar o outro muitas vezes deixa de ser uma prioridade.
Á medida que a relação estabiliza o desejo também tende a diminuir, o sexo passa a estar sempre “á mão”.
O desafio da conquista torna-se lentamente desnecessário e a sensação de “jogo ganho”, pode ser um veneno para a vida sexual do casal, a preguiça leva ao desinteresse e a frequência sexual vai diminuindo principalmente quando não são introduzidos novos elementos á relação.

O antidoto para a morte lenta da sexualidade dentro da relação estável, está no empenho em criar novos cenários românticos, instaurar a mudança, novidade e energia, é necessário presença de corpo e alma, variar a paisagem, as posições, explorar o corpo do outro, trazer música, poesia, novos perfumes, cores e sabores para debaixo dos lençóis e o mais importante de tudo fazê-lo com amor.

Algumas mulheres esvaidas em lágrimas, confessam em consulta, que não sabiam que a sexualidade era assim tão importante para os companheiros, revelam que tinham uma vida perfeita de casal com exceção do contato sexual, e que não entendem como foi possível eles saírem de casa por uma outra mulher, abandonando a casa e os filhos.
Outras confessam que não fazem amor com os maridos há anos, e quando o fazem é somente para cumprir o papel. Muitas dizem mesmo: “.... mas eu amo o meu marido, simplesmente perdi a vontade de me relacionar sexualmente com ele, dormimos agarradinhos como se fossemos irmãos.”- Se esta é a tua situação estás a dormir com um amigo e não com um amante, as relações sexuais são essenciais para que um casal continue ligado.
No casal que se ama, o sexo pode se tornar numa experiência transcendente, depois do sexo existe uma enorme sensação de tranquilidade e paz e isto não deve ser confundido com monotonia, ou aborrecimento, mas sim elevação interior. 
Atitudes que matam o relacionamento :
As pessoas que não se trabalham e não investem em si mesmas tendem a matar a relação, tornam-se obsessivas, mesquinhas, chatas, vivenciando todos os dias da mesma forma, falando da vida alheia, não leem, não ouvem música, muitas deixam mesmo de investir energia em si mesmas.

Muitas mulheres são peritas em acabar com a relação, especialmente quando nascem as crianças,
Passam a investir tudo o que têm na casa, trabalho, marido e filhos, em pouco tempo a mulher que existia em solteira desaparece para dar lugar a uma servente.
Isto é muito pouco atrativo para a relação.

Como trabalhar a energia da relação?
É importante que ambos os membros do casal, cultivem tempo dedicado à família.
Tanto na execução de tarefas como no lazer, é necessário também que reservem tempo para estarem sozinhos, com os amigos e um com o outro sem a presença de terceiros.

O amor tem a capacidade de trazer maturidade e harmonia para a nossa vida, com um companheiroamoroso, Serás capaz de atingir objetivos mais elevados, por vezes poderás ir mais devagar do que se estivesses sozinha mas por certo irás mais longe.
O Amor é uma fonte inesgotável de energia, se ao chegares a casa cansada do trabalho não te sentires revigorada pela presença do teu companheiro, este é um sinal de que possivelmente existe um desequilíbrio energético na relação.

Uma relação só é benéfica se for equilibrada do ponto de vista energético.

Manter a balança equilibrada nem sempre é fácil, mas quando o casal vibra na frequência do amor, equilibram-se energeticamente quase sem darem por isso.

É importante entender que o casal não está sómente ligado fisicamente, tudo o que acontece com um, tem uma consequência energética no outro. Por isso o melhor conselho que poderei dar a um casal que se ama, é : 
“Cuidem da sua própria energia.”
E com os frutos da aplicação sàbia da vossa energia, construam um caminho comum.
A obra produzida pelo amor, pode ainda ser maior que os filhos de carne e osso.Construir um projeto de vida em comum, traz uma enorme satisfação á alma.Casais que cumpram todas as tarefas na vibração constante do sacrifício, drenam a energia um ao outro.Os filhos não devem ser tratados como fardos, se isso acontecer terão a sensação de não terem direito de existir no mundo.
Os seus pais devem ser a sua casa.
 E o casal deve ser a morada um do outro, até que o corpo retorne á mãe terra e o espírito ao pai céu.


 Espero que este texto ressoe com os vossos corações
Com muito amor
 Rute Alegria




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