A Musa é usada, abusada e exposta sem que lhe perguntem nada, ela é tema dos mais profundos devaneios para alimentação do ego artístico, ela pode ser violada na sua intimidade, pode ser ridicularizada ou idolatrada com palavras, sons ou rabiscos, a musa tem o dever de ser sempre mais bela, sensível ou megéra do que a matéria lhe permite.
A Musa deve ficar para sempre na ponte que separa a terra do sonho, ela não come, anda ou bebe ela simplesmente plana na névoa da ilusão de alguém.
E o mais curioso é que o artista sente que alimenta a Musa através do seu próprio umbigo, pela forma como acaricia ou destrói o dela através das mentiras que contam o seu pincel, caneta ou guitarra!
Existe muito mais dignidade na prostituta que vende o seu corpo do que na musa que é vendida a troco de nada...
15 de janeiro 2015
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